domingo, 15 de maio de 2011

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ela e Eu



Ela me fez parar e olhar para ela, pela primeira vez desde que nos conhecíamos. Aqueles anos todos nós duas havíamos estados juntas, mas era muito pouco o que eu conseguia entender a respeito dela. Nunca fui capaz de descobrir o que ela sentia ao olhar a lua cheia, e nem de criar suposições sobre a tristeza que por vezes cobria seu olhar. Eu jamais pude explicar o que se passava em sua alma para que mudasse de humores tão depressa e tantas vezes. Havia dias que ela nem mesmo parecia a mesma pessoa. Ela possuía aquela inquietude infidável, incômoda e, como todo o resto, inexplicável para mim. Ela era eu. E eu não a conhecia.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Passado Simples.

Terminaram o namoro depois de dois anos. Em um mês já haviam cessado todo tipo de conversa, inclusive aqueles via Twitter, MSN e Orkut. Certo dia, porém, a janelinha do MSN do Rodrigo piscou: a Ana estava puxando conversa, tímida.


Rodrigo diz:
Oi. :)

Ana diz:
Você apagou os nossos depoimentos no Orkut, Rô...

Rodrigo diz:
É, eu sei. E faz tempo, viu.

Ana diz:
Por quê?

Rodrigo diz:
Porque deixou de ser verdade aquilo que estava escrito lá.

Ana diz:
Mas foi verdade quando nós escrevemos, Rô. ): Pelo menos EU fui sincera.

Rodrigo diz:
Cada palavra minha também foi sincera, Ana.

Ana diz:
Tá. Então por que você apagou?

Rodrigo diz:
Não fazia nenhum sentido deixar lá uma coisa que “foi” verdade.

Ana diz:
Como se eu nunca tivesse passado pela sua vida...

Rodrigo diz:
Eu sei que você passou pela minha vida.
E você sabe que eu passei pela sua.

Ana diz:
Eu só queria que você os tivesse deixado lá...

Rodrigo diz:
Muitos verbos no passado. (:

O Rodrigo encerrou a conversa. Pensou por um segundo no que Ana havia lhe dito. E depois deixou tudo isso pra lá. 

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe - Edição Especial



Você nem falava ainda, não fazia graça, só babava. E ela estava lá com você. Nem se sabia ainda se você seria muito inteligente ou uma pessoa muito atraente, mas ela não se importava. E estava lá com você. Ela que quase chorou quando você deu seus primeiros passos, quando disse a primeira palavra, quando nasceu o seu primeiro dente.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Beijo que Eu Nunca Tive


Nossas mãos nunca se apertaram, mas eu sinto falta de seu toque. Eu não me lembro de escutar sua voz, mas sinto falta de ouvir você dizer que me ama. Nunca vi um sorriso seu, mas sinto falta de fazê-la sorrir. Ainda não vi o brilho do seu olhar, mas sinto falta de olhá-la nos olhos. Nossos lábios jamais se tocaram, mas sinto falta daquele beijo que nunca aconteceu. Eu sinto falta de cada parte sua que eu nunca conheci.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Distância Desconhecida


Meu coração não conhece distância, não sabe o que significa “a quilômetros longe de mim”. Ele apenas sente, incapaz de medir o caminho que me impede de estar tão perto que possa tocar quem eu amo. Quem foi que disse que é preciso estar perto, bem perto para se amar outra pessoa? Meu coração não conhece distância.

Intangível.

Se eu era alto, então ela era mais alta ainda, com aquelas pernas enormes e de cima de seus saltos. Não devia pesar quase nada, mas tinha as carnes - se me permitem essa pequena vulgaridade - nos lugares certos. Cabelos pretos; levemente ondulados e não lisos como a maioria. Os olhos - ah! os olhos - de um verde impressionante, mas não impressionável. Não aquele verde comum, mas um que sempre deixava dúvidas sobre a tonalidade exata. Tez muito branca e lisa. Lábios pequenos, cheios e naturalmente muito rubros. Dava a impressão de estar sempre um pouco entediada e meio distante demais. Parecia irreal e, por isso mesmo, intangível.

Ser Intransitivo

Queria mesmo era ter nascido ser INTRANSITIVO, para, seguindo as leis da gramática, ser completa sozinha e nunca necessitar de nenhum complemento.